No dia 11 de março fomo conhecer melhor a freguesia de Arroios, onde fica a nossa escola com a Vitória e a Filipa do Arquivo Municipal de Lisboa. Elas deram-nos um livrinho com informações sobre os pontos maís importantes onde parámos e também com algumas perguntas para ver se estávamos com atenção e para irmos fixando melhor.
O mapa do percurso que fizemos:
Para ver o mapa no Googlemaps carregue no link:
https://www.google.com/maps/d/edit?mid=zJfZL9czrbuA.k2YJo1R0lQDI
Primeiro fomos pela Rua de Ponta Delgada, conforme as instruções do livrinho, descemos a Calçada de Arroios até ao Largo de Arroios. Aí comparámos a fotografia da antiga igreja com a atual e vimos como esta é diferente, mais moderna, e muito maior - a antiga ficou pequena para as pessoas que foram vindo morar para este bairro da cidade, onde antigamente havia apenas muitas quintas, hortas e azinhagas (ruas estreitas) como pudemos observar no mapa antigo desta zona. Aí estivemos a ver o que havia no "cruzeiro" que está à entrada da igreja - um cruzeiro muito antigo: está lá esculpido o São Vicente, o padroeiro de Lisboa (ainda nos lembrávamos dele!!) e uma "pietá", que é uma Nossa Senhora com Jesus nos braços - para saber mais sobre este cruzeiro podem ver:
Aqui.
No
Jardim Constantino, descobrimos porque razão tinha este nome: havia um antigo florista, o Constantino José Marques de Sampaio e Melo, que foi considerado o "rei dos floristas" da cidade, pois tinha ido estudar jardins e flores para França. Nesse jardim há uma estátua de
Prometeu, um antigo deus grego, que ficou preso a uma rocha, como castigo, por ter dado a conhecer o fogo aos homens. Antigamente só os deuses conheciam o fogo.
No Largo de Dona Estefânia ficámos a saber que o
Neptuno é um deus romano dos mares. Esta estátua já esteve noutros pontos da cidade: na Praça do Chile e no Chafariz do Loreto, que ficava no atual Largo do Chiado.
Estes terrenos pertenciam a uma grande quinta, a
Quinta da Bemposta (ou Paço da Rainha), pertencente à rainha D. Catarina de Bragança, que foi rainha de Inglaterra. Hoje é a Academia Militar, junto ao Campo.
Este Largo, assim como o Hospital de
D. Estefânia têm o nome da mulher de um rei de Portugal, D. Pedro V, um casal que mandou construir muitos hospitais e fundou muitas instituições de apoio aos que mais necessitavam.
Seguimos depois para o Jardim
Cesário Verde, um jardim que presta homenagem a um escritor português que muito dedicou os seus escritos a Lisboa. Este escritor nasceu em 1855 e faleceu em 1886, viveu apenas 31.
Escrever na rua era difícil, as costas dos colegas foram excelentes pontos de apoio... :-)
E que diferenças se podem observar entre este antigo edifício e o seu desenho da fachada original que consta do livrinho que seguimos? Aqui já foi o antigo Museu dos CTT, dos correios, agora funciona lá uma escola de medicina chinesa.
O ponto de paragem seguinte, foi junto a uma estrela de pedra desenhada no chão. E o que dizia essa estrela?
Casa dos Estudantes do Império - 1943 - 1965.
Enquanto estavam todos com muita atenção a tentar perceber o que queria dizer ...
... houve um senhor que parou e que começou a contar que tinha ali sido preso, numa passagem de ano - ele emocionou-se a recordar aqueles tempos e as pessoas que tinha conhecido. Ali havia muitas festas porque era a casa para onde vinham viver os estudantes que vinham das antigas colónias, pessoas muito conhecidas e que estiveram na origem dos movimentos que lutaram pela independência desses povos, tais como Agostinho Neto, Amilcar Cabral, Joaquim Chissano, entre outros. Soubemos pelo senhor que o acompanhava que aquele senhor se chamava
Carlitos, tinha vindo de Moçambique para ser jogador do Sporting, tal como o Eusébio foi para o Benfica.
Foi um momento emocionante de história contada ao vivo e na primeira pessoa. Que sorte tivémos!!
E já estávamos de regresso à escola, a perguntar pela hora do lanche e do recreio ... :-)